Makai Knights: Tales of Legendia (PS2)

Por senryu

Bom existem certos jogos que passam meio em branco, na montanha de lançamentos uns são mal lançados(a maioria da franquia tales of é mal lançada no ocidente é ainda conseguem ser os 4° ou 5° mais vendidos na Namco america...o que leva a pergunta? Por que não investir mais neles do que a produção própria deles que geralmente vai pra DS ou PS3 e vende mau?), outros saem meio apagados(Disgaea é um exemplo saiu apagado mas foi o boca a boca que o ajudou a ser um sucesso), e outros pura e simplesmente são boas idéias só que mau feitas...(o caso o qual este jogo cai).
Mas vou a um pouco de bastidores, a namco pra dar um ar novo aos tales of resolveu investir em tramas feitas por autores de mangá que no caso foram dois aqui em Legendia foi o Manglobe(autor de Samurai Shamploo) e no aniversário de 10 anos da franquia com Tales of the Abyss(com o autor de Oh My goddess!, Kosuke Fujishima), o que já causa uma boa mudança a olhos vistos na estória e no caracter designe da franquia.
Bom vou ao meu já clássico prós e contras pra que você possa ver se gosta ou não(desta vez vou começar ao contrário, mas na conclusão e no desenrolar dos prós e contras vai entender o motivo):

Foi Ruim

Primeira metade da estória muito ruim, cheia dos clichês mais básicos possíveis(como a mocinha em perigo, o grupo que por acidente acaba em algo maior que salvar a si mesmo, migrando pra o mundo, o mocinho tapado que só quer lutar por uma promessa. a garota dura que na verdade é "kawai"), além de um andamento lerdo é previsível em alguns pontos.
Designe de monstros ridículos (imagina você anda numa dungeon esperando enfrentar o monstro bad ass e encontra um monstro cama como boss!?, vai andando tranquilamente por uma pradaria e encontra um urso que poem ovo!?).
E pra adicionar alguns bosses são sem a menor criatividade(versão dark de alguns personagens ou pura e simples versão mais "bombadas" de alguns bichos do jogo).
Uma dificuldade fácil demais na primeira metade(Se você pegar o jeito tu vence o jogo no básico um personagem bate a frente o outro nas costas é os outros dois ficam mandando magia na lata e cara dura que na primeira metade do jogo tu mau vai ser incomodado)
Um dos poucos tales of que tem "combo infinito"que é 100% fácil(tá bom que tales of tem sempre algum viciado que acha uma destas - geralmente japa sem vida social - mas neste jogo é feito no puro e simples um personagem a frente outro atrás e tome sworm em dupla e lembrar de deixar seus magos quase que assistindo ao show...).
A dublagem em inglês de alguns personagens não são das melhores(Jay é o grande exemplo)
Grune é uma personagem inútil e sem motivo de estar lá na primeira metade.
Quando empresas grandes como Namco/Bandai e Square/Enix vão aprender que não queremos arranjos ridículos nas aberturas?; queremos as músicas originais(coisa que Xseed é a NIS america fazem direto e são elogiadas por isto), ou então no mínimo uma boa adaptação(como em Wild Atms 3, tão boa quanto a canção americana quanto a original)

Foi bom

O incrível é que a primeira metade deste jogo é ruim, mas o mais incrível é a total transformação que ocorre na segunda metade, ao mudar o fator clássico de tales of(bom vale uma explicação; geralmente na série tales of os extras são paralelos a estória principal e tu faz ou não se quiser - basicamente é o esquema tu pode ir pro fim do jogo direto ou caçar um monte de coisas novas a fazer pelo mundo antes do fim, mas em Legendia isto muda)você tem um inteiro novo story mode nos extras é com isto o jogo muda da água pro vinho(ou melhor do esgoto pro vinho fino)você tem um story um pouco mais ousado que trata dos desafios que as duvidas interiores causam em cada um é também de enfrentar os demônios interiores de cada personagem, temos um melhor desenvolvimento dos personagens e temos até um triângulo amoroso (Senel, Shirley e Cloe)coisa que fica subentendida na primeira metade.
A dificuldade que era ausente antes aqui ao sair pela primeira vez da cidade tu já sente que mudou absurdamente(antes tu era o caçador agora você é a caça, é teus magos vão apanhar muito se tu bobear pois agora os bichos vem muitas vezes dos dois lados).
Miraculosamente os infinitos param de funcionar(agora fica bem mais difícil fazer um combo longo, mas não impossível)
Senel é um personagem que tu simpatiza do inicio ao fim das duas partes.
As zoações da Norma ajudam a quebrar o clima chato da primeira parte e dão um belo alívio cômico na segunda metade.
Grune passa a ser outro alivio cômico e passa a ser bem melhor desenvolvida, com o tempo se descobre que ela é parte vital da trama(não vou dar spoilers maiores do que o que já dei do triângulo que não anda nada na primeira metade e na segunda vai bem melhor).
Acredite o "real" fim do jogo não é dos mais originais mas surpreende por não ser o "é salvamos o mundo e cada um vai pro seu lado"(Tá mais pra um tocamos nossas vidas com grande certeza do queremos dela e dos desafios de cada dia, e da maneira que é conduzida na segunda metade acaba sendo um fim tocante).

Conclusões

Não sei se na primeira metade houve muitas ingerências da Namco por algo mas convencional, ou Manglobe resolveu na primeira metade fazer o básico pra ter seu roteiro aprovado, mas eu digo que a primeira metade e muita chata eu quase desisti de continuar jogando ao ver os créditos pela primeira vez(e inocentemente pensando que já tinha acabado tudo), mas ao ver que tinha mais eu pensei: "eu comprei este jogo, já gastei meu suado dinheirinho nele, por que não dar uma chance?" e fui muito bem surpreendido a segunda metade; é como deveria ter sido Tales of Legendia(com uma estória ágil, bem contada, emocionante, que te atrai e te cativa com os personagens, com uma dificuldade desafiadora)pois parece que na segunda metade Manglobe volta a ser si mesmo(ou teve liberdade) e se conseguir aguentar a primeira parte(o grande problema pois das 60 horas de jogo 35 são nela) será bem recompensado.
Vou dar a ele nota 7,0(se fosse só a segunda parte seria nota 9,0)Tales of Legendia é um jogo bem diferente(pois existem jogos ruins, existem jogos bons e existem coisas como esta que consegue ser bom e ruim ao mesmo tempo), não posso dizer que se a primeira metade não existisse o jogo seria muito melhor(por que as estórias se complementam uma a outra), mas se dois aspectos do jogo que são o desenvolvimento da estória na segunda metade é a dificuldade nela fossem do mesmo jeito na parte anterior do jogo a estória seria outra e este seria um dos melhores RPGs de PS2 mas como não é, o veja com coragem, não é o tipo de jogo pra se recomendar aos amigos e nem um must buy, mas vale uma olhada(mas aí que entra seu gosto pessoal, se achar que os contras não valem a pena nem passe perto, se não sabe o quer jogar e acha que vale o risco, então aventure-se mas saiba que a recompensa é demorada).